A maternidade (e o encontro com a própria sombra)
- Clube Inspirar
- 17 de out. de 2018
- 2 min de leitura

O encontro com uma mulher grávida ou uma mulher com criança pequena, geralmente, nos enche de alegria e de carinho. Felicitamos a gestante, brincamos um pouco com a criança ou tentamos pegar o bebê no colo e dificilmente pensamos o que significa esse momento na vida da mulher. Às vezes, ela está sentindo dor, medo, náusea ou desamparo. Outras vezes, pode estar se sentindo julgada, enclausurada ou culpada. Nós temos quase nenhum preparo para lidar com as questões dessas mulheres, para ouvir suas angústias e respeitar suas escolhas.
Ao que parece, as mulheres ficam em segundo plano e os olhares se voltam exclusivamente para o bebê ou a criança pequena. Não sei se por uma questão social de exclusão das mulheres ou se por uma questão humana de lidar com as sombras que surgem nesse período, mas talvez tenha sido a união dessas duas opções. A gestação, o parto, o puerpério e os primeiros anos de vida da nova mãe são repletos de aflições de um mundo completamente diferente do mundo que vivemos. As prioridades são outras, o olhar para dentro de si é profundo, os hormônios atingem níveis únicos no corpo humano, o corpo e a mente precisam expandir. As decisões que precisam ser tomadas são estranhas: consigo gerar um outro ser? É errado querer ficar só, sem a criança? Posso tomar café e amamentar? Queria tomar uma cerveja...

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